sexta-feira, 25 de junho de 2010

31/03/2010 - Eu em fúria

“Ereta e incondicionalmente viva, olha para baixo e pensa nesse espaço entrecortado pelo seu e demais olhares. Seu rosto expressa um pensamento denso.... acompanhando o gesto do rosto que se ergue, as sobrancelhas se arqueiam em riste, apontam duplamente e afiadamente o delinear do nariz bem feito e como duas setas lineares, mas, contrárias, cruzam perpendicularmente entre o cume sutil do lábio superior – único lugar em que se encontram – voltando novamente a se afastar pelos lados do queixo liso, demonstrando uma harmonia singular em toda aquela face. Nela, visível - simetria cálida; invisível - geometria de apocalipse... O observador temporariamente esquece-se da indagação inicial, esquece-se até que há indagação... esquece a metafísica feminina por trás daquele olhar perdido, ingenuamente voraz...” by, Jr.

DUAlidades


Preto e branco. Bem e mal. Bom e ruim. Liso, crespo. Gordo, magro. Alto, baixo. Claro, escuro. Curto, longo. Feio, bonito. Lento, rápido. Doce, amargo. São, doente. Dia e noite. Normal, estranho. Inverno, verão. Chuva e sol. Quente, frio. Líquido, sólido. Grande, pequeno. Solto, preso. Triste, alegre. Longe, perto. Amor e ódio. Céu, inferno. Fogo e água. Fino, grosso. Leve, pesado. Ontem e hoje. Certo e errado. Mulher, homem. Criança, idoso. Calma, stress. Paz e guerra. Bonança, tempestade. Novo, velho. Começo e fim. Não e sim. Eu e você...

Outro dia. A festa continua.


Tem dias que a gente acorda meio lá meio cá. Acorda com vontade de não acordar. De piscar o olho e perceber que a fantasia acabou e o mundo real não é tão chato como ele de fato é. Mas, em meio aos devaneios, percebe-se que tudo está como antes, nada mudou. É apenas mais um dia que deve ser vivido, gratos por respirar e poder superar o ontem... Seja num grito, num sorriso, faz-se necessário extravasar as emoções para que elas não se transformem em uma bomba prestes a explodir - BUM!!! - É preciso fôlego para não entrar em colapso ante as dúvidas, incertezas, apreensões, angústias que surgem no dia-a-dia... Existem tantas perguntas sem respostas... Será que nós queremos tais respostas? Ou será que somente fingimos que não sabemos e as ignoramos? Tédio, tristezas, solidão, desespero, vazio, medo, tensão... e assim, levamos a vida. Ou ela nos leva.

quarta-feira, 3 de junho de 2009


Salmos 139

1 SENHOR, tu me sondaste, e me conheces.
2 Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.
3

Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos.
4 Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó SENHOR, tudo conheces.
5 Tu me cercaste por detrás e por diante, e puseste sobre mim a tua mão.

23 Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos.
24 E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno.

sábado, 1 de dezembro de 2007


A cidade do nada


Anmo é uma cidade onde ninguém adentra sem ser percebido. Para se atingir a ela não há caminho ou placas. Portões do nada guardam sua entrada. Suas ruas parecem granitos torrados ao fogo, suas casas serpenteiam infinitamente e se cruzam labirinticamente fazendo–se necessário um cicerone. As árvores se erguem diante da magnitude do nada e crescem na plena certeza que nada irá detê-las. Pedrarias, areal, cactáceos se confundem em imensa e intocável beleza. Suas praças em suspensão fotomagnética cansam e ardem os olhos daqueles que por ignorância nada entende do fototropismo.


Os íncolas de Anmo sabedores da excelência e unicidade de sua arquiponente e inexeqüível arquitetura vivem em eterna patuscada. Dormem tranqüilos e acordam ao som do nada, som doce, no compasso cadente e intempestivo que atingem e ensurdecem os ouvidos intrusos. Acordar em Anmo é inexplicavelmente prazeroso. Levantar e avistar o nada mais além, passear em suas montanhas nadescas e ir ao Nadahá e entrar no folguedo maravilhoso, dançar ao som do batuque de tambores entalhados na própria essência de ser um Anmonadense.


O final da tarde é esplendoroso. Subir através de um caminho de puro fulgor até o mais alto cume, assentar em lugares que parecem não existir e assistir a sublime e bela cena jamais imaginada por homens triviais. Encontrar o prazer de ser não apenas diferente, mas de não encontrar alguém igual. Todos com um só devaneio – a linha inalcançável do horizonte. É ali que visitantes indesejáveis vêem o segundo portão da nossa urbe...

Isolda Barbosa Gaspar de Souza

sexta-feira, 2 de novembro de 2007




MÁGICO SORRISO

À rainha celta do sertão bahiano.


Ao sorrir revela-te
Em cândida beleza.
Este riso marfim
Enfeita-te a face
Cor de carmim.

No contraste gracioso
De doce expressão,
Onde olhos negros sombreiam
Lhe majestoso rosto
Tal moldura que protege
Uma obra de arte.

Diante da simetria desse sorriso
Sinto-me vencido;
Tristão apaixonado!
Embriagado por sua simpatia
Rende-me a ti
Oh, Isolda rainha
Da beleza e magia!



Robério Pereira Barreto







terça-feira, 26 de junho de 2007


Memória persistente


Saudades de você, saudades daquele tempo em que nossos olhares olhavam na mesma direção, daquela época em que nossos caminhos eram os mesmos.
Em meus sonhos por diversas vezes voei para procurar você, suponho o significado.
Pensar que por iniciativa sua surgiu esse sentimento, hoje ambiciono a eternidade somente para descobrir a fórmula da reconquista.
Espero não ser um eterno ser buscando seu carinho, doce menina da manhã de outono; que a vida me surpreenda e a traga novamente pra mim.


Jaider Souza